domingo, 17 de julho de 2011

II - Fisiologia Circulatória - 7

7 - Choque Circulatório e Débito Cardíaco

O choque circulatório é caracterizado por uma hipoperfusão de sangue pelos tecidos, causando danos devido ao suprimento deficiente de oxigênio e nutrientes. O choque pode ser considerado não progressivo, progressivo e irreversível. No choque não progressivo ou compensado, o organismo consegue reverter a situação, recuperando a normalidade circulatória.
O choque progressivo torna-se cada vez pior e leva o indivíduo à morte se não forem tomadas medidas intervencionistas. O choque irreversível caracteriza-se por levar a pessoa à morte independente de qualquer tentativa intervencionista de reverter o quadro. Embora às vezes seja possível restabelecer os níveis circulatórios normais no choque irreversível, as lesões teciduais não permitem a sobrevivência e a morte ocorre em pouco tempo.
Contudo, não há um limite preciso entre a condição de choque progressivo e o choque irreversível. Isto significa que, enquanto houver vida, não se deve abrir mão de qualquer tentativa terapêutica. O choque hipovolêmico, excetuando-se casos como  por exemplo uma desidratação grave, normalmente é consequência de um incidente hemorrágico agudo, provoca vasoconstrição periférica e aumento da frequência cardíaca, de 70/80 bpm em média, para níveis que podem chegar próximo de 200 bpm, como uma tentativa de compensar a insuficiência circulatória decorrente do choque.
No choque hipovolêmico, causado por diminuição do volume sanguíneo, após uma tentativa inicial de compensação com aumento da frequência cardíaca, a pressão arterial geralmente diminui à medida que a redução da volemia se torna significativa.

- O choque séptico é caracterizado pela disseminação generalizada de bactérias pela circulação, causando graves danos aos tecidos.
O choque séptico é causa frequente de mortes nos hospitais modernos e pode ser consequência de uma peritonite, sendo esta causada por infecções intestinais envolvendo lesões nas paredes do intestinos; ou por abortamento realizado sem condições estéreis; ou infecção generalizada resultante de infecções contraídas em local de difícil acesso, podendo ser infecções gangrenosas, infecções renais ou infecções do trato urinário, entre outras.
No choque séptico geralmente ocorre febre ou hipertermia neurogênica, vasodilatação, diminuição do débito cardíaco e a formação de microcoágulos. No choque circulatório é comum ocorrer parada circulatória em decorrência da parada cardíaca por deficiência de oxigênio, por fibrilação ventricular ou por problemas anestésicos.
A parada circulatória pode causar lesões irreversíveis ao cérebro, devido à formação de coágulos e à hipóxia. Pesquisas demontraram que a utilização de drogas fibrinolíticas (drogas usadas para dissolver trombos sanguíneos) durante a parada circulatória causa uma diminuição nos efeitos deletérios sobre o cérebro. 
Débito cardíaco é a quantidade de sangue que o ventrículo esquerdo bombeia para a aorta a cada minuto. O débito cardíaco varia em torno de 5 a 6 litros no indivíduo adulto normal. O mecanismo de Frank-Starling do coração explica a determinação do débito cardíaco pelo retorno venoso. Segundo a lei de Frank-Starling, quanto maior a quantidade de sangue que retorna ao coração, maior será a força de contração ventricular.
De outra forma, também pode-se considerar a regulação do débito cardíaco como resultado do controle local do fluxo sanguíneo em todas as partes do organismo conjuntamente. A força de contração cardíaca pode aumentar consideravelmente em resposta a estímulos nervosos, ao aumento de trabalho ou a esforço físico, causando hipertrofia adaptativa das fibras musculares cardíacas.
Por outro lado, algumas patologias como doenças valvulares e a hipertensão  podem tornar o coração hipoefetivo. Um débito cardíaco anormalmente alto pode ser causado pela redução da resistência periférica e em algumas patologias como o beribéri, fístulas arteriovenosas, hipertireoidismo e anemia.

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