terça-feira, 16 de agosto de 2011

IX - Endocrinologia e Reprodução - 4

4 – Insulina, Glucagon e Diabetes Melito

Além das secreções digestivas, o pâncreas produz dois hormônios importantes, a insulina e o glucagon. No pâncreas detectam-se dois tipos de estruturas: os ácinos, que secretam sucos digestivos para o duodeno; e as ilhotas de Langerhans, que secretam insulina e glucagon diretamente para o sangue. As ilhotas de Langerhans apresentam três tipos de células: alfa, beta e delta.
As células beta secretam insulina, as células alfa secretam glucagon e as células delta secretam somatostatina, que exerce função inibitória tanto do hormônio do crescimento(GH) ou somatotrofina, quanto do TSH (hormônio estimulante da tireóide).

A insulina ativa os receptores das células-alvo, tornando suas membranas altamente permeáveis à glicose.
Imediatamente após uma refeição rica em carboidratos, a elevação da glicose no sangue causa uma rápida secreção de insulina. Esta, por sua vez, promove a captação, o armazenamento (no fígado e no tecido adiposo) e a rápida utilização (cujos efeitos são notados principalmente na função muscular) da glicose por todos os tecidos corporais.
Quando os músculos não estão sendo exercitados durante o período subsequente às refeições, parte da glicose que está sendo transportada em abundância para as células musculares é armazenada sob a forma de glicogênio muscular, para posterior utilização.  Um dos efeitos da insulina é fazer com que a maior parte da glicose absorvida após uma refeição seja rapidamente armazenada no fígado, sob a forma de glicogênio.
Assim, o fígado, funciona como um sistema tampão da glicose  sanguínea, removendo glicose do sangue quando ela está  em maior concentração, logo após uma refeição, e a devolvendo ao sangue, quando sua concentração sanguínea cai entre as refeições. Com relação à insulina, o cérebro responde de forma diversa dos demais tecidos do corpo, visto que nele a insulina exerce pouco ou nenhum efeito sobre a captação ou a utilização da glicose. Isso se deve ao fato das células cerebrais serem permeáveis à glicose e poderem utilizá-la sem a intermediação da insulina. As células cerebrais utilizam a glicose com fins exclusivamente energéticos. 
Por esta razão, é importante que o nível sanguíneo de glicose seja mantido dentro de certos parâmetros. Quando a glicemia  cai em demasia, aparecem os sintomas da  hipoglicemia, caracterizada por tremores, irritabilidade nervosa progressiva, possibilidade de desfalecimento, convulsões e mesmo coma. Na ausência de insulina, o organismo ativa mecanismos que promovem a degradação e utilização da gordura para fornecimento de energia. 
A concentração sanguínea de glicose e a secreção de insulina apresentam uma relação de feedback positivo. Quando a glicemia aumenta, a secreção de insulina aumenta rapidamente.

O glucagon exerce funções opostas às da insulina. A mais significativa delas é seu efeito de aumentar a concentração sanguínea de glicose, retirando-a das reservas do fígado  e dos músculos (por glicogenólise ou gliconeogênese). Uma injeção de glucagon purificado produz intenso efeito hiperglicêmico. O aumento da glicose sanguínea inibe a secreção de glucagon.

Em pessoas normais, a concentração sanguínea de glicose é mantida dentro de limites muito estreitos, em geral na faixa de 80 a 100 mg/dl,  quando em jejum, podendo chegar a 140 mg/dl após uma refeição. 

O diabetes melito decorre da diminuição da secreção de insulina pelas células beta das ilhotas de Langerhans. Deve ser considerada a importância da herança genética no aparecimento do diabetes. Fatores hereditários determinam uma maior suscetibilidade das células beta aos vírus ou favorecem ao desenvolvimento de anticorpos auto-imunes contra as células beta e, em outros casos, parece haver uma simples tendência hereditária para a degeneração dessas células.

Uma dieta com excesso de carboidratos, além de favorecer à obesidade, também contribui para o desenvolvimento do diabetes.


O tratamento do diabetes se baseia na administração de insulina,  visando a normalização do metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas.  Os pacientes diabéticos têm tendência acentuada ao desenvolvimento de aterosclerose, cardiopatia coronária grave e múltiplas lesões microcirculatórias.
















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