quarta-feira, 3 de agosto de 2011

VI - Fisiologia Renal - 5

5 – Doença Renal

    A doença renal pode ser classificada em cinco categorias fisiológicas diferentes: (1) insuficiência renal aguda, em que os rins cessam de funcionar por completo ou quase totalmente, (2) insuficiência renal crônica, quando ocorre destruição progressiva dos néfrons até chegar ao estágio em que os rins simplesmente se tornam incapazes de desempenhar todas as funções necessárias, (3) doença renal hipertensiva, em que as lesões vasculares ou  glomerulares provocam hipertensão, mas não insuficiência
renal, (4) síndrome nefrótica, em que os glomérulos se tornam mais permeáveis do que o normal, com a conseqüente perda de grandes quantidades de proteínas pela urina, e (5) anormalidades tubulares específicas, que resultam em reabsorção anormal ou falta de reabsorção de certas substâncias pelos túbulos.

Vejamos em com mais detalhes as duas primeiras categorias:

Insuficiência Renal Aguda: A insuficiência renal aguda pode resultar da diminuição do suprimento sanguíneo para os rins, em consequência de insuficiência cardíaca com redução do débito cardíaco ou em condições associadas à hemorragia grave. A insuficiência renal aguda intra-renal resulta de anormalidades no próprio rim, incluindo as que afetam os vasos sanguíneos, glomérulos ou túbulos.
A glomerulonefrite aguda é um tipo de insuficiência renal aguda intra-renal, e é geralmente provocada por uma reação imune anormal que lesa os glomérulos. A insuficiência renal aguda pós-renal é causada pela obstrução do sistema coletor urinário em qualquer ponto, desde os cálices até a saída da bexiga.
Uma das causas mais frequentes de obstrução do trato urinário fora dos rins é a formação de cálculos renais produzidos pela precipitação de cálcio, urato ou cistina.

Insuficiência Renal Crônica: A insuficiência renal crônica resulta da perda irreversível na função de um grande número de néfrons. Em geral, pode ocorrer em conseqüência de distúrbios dos vasos sanguíneos, glomérulos, túbulos, interstício renal e trato urinário inferior.
Em muitos casos, a insuficiência renal crônica pode evoluir para insuficiência renal terminal, na qual o indivíduo necessita de tratamento com rim artificial ou transplante de rim natural para sobreviver. Recentemente, o diabetes mellitus e a hipertensão passaram a ser reconhecidos como as principais causas de insuficiência renal crônica. A perda de néfrons funcionais exige que os néfrons remanescentes excretem mais água e solutos.
Os principais efeitos da insuficiência renal incluem: edema generalizado decorrente da retenção de água e sal, acidose resultante da incapacidade de os rins eliminarem ácidos anormais, concentração elevada de nitrogênio não-protéico – sobretudo uréia, creatinina e ácido úrico – em decorrência da incapacidade de excreção destes metabólicos finais das proteínas. Esta condição é globalmente denominada de uremia, devido à elevada concentração de ureia nos líquidos corporais. Pacientes com insuficiência renal crônica quase sempre desenvolvem anemia, provocada pela diminuição da secreção de eritropoetina, estimulante da medula óssea para produção de hemácias.

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