quinta-feira, 18 de agosto de 2011

IX - Endocrinologia e Reprodução - 6

6 – Funções Reprodutivas Masculinas. Os Hormônios Sexuais Masculinos 

As funções reprodutivas masculinas podem ser divididas em três subníveis: a  espermatogênese, o ato sexual masculino e a regulação das funções sexuais masculinas por diversos hormônios. A espermatogênese ocorre em todos os túbulos seminíferos durante a vida sexual ativa, como consequência da estimulação pelos hormônios gonadotrópicos da hipófise anterior.
A espermatogênese começa por volta dos 13 anos e continua pelo resto da vida. Os túbulos seminíferos contêm grande número de células epiteliais germinativas denominadas espermatogônias. Uma parte delas se diferencia para formar os espermatozóides. Após sua formação nos túbulos seminíferos, os espermatozóides passam para o epidídimo. Uma pequena quantidade de espermatozóides pode ser armazenada no epidídimo, mas a maior parte deles fica no canal deferente. As vesículas seminais são glândulas secretoras de material mucóide contendo muita frutose, ácido cítrico e outros nutrientes.
Durante o processo da ejaculação, cada vesícula seminal lança seu conteúdo no ducto ejaculatório, logo após o canal deferente ter aí expelido os espermatozóides. Isso aumenta muito o volume do sêmen ejaculado. A glândula prostática secreta um líquido importante para o acesso do espermatozoide ao óvulo. É provável que o líquido prostático neutralize a acidez da secreção vaginal.
O sêmen, que é ejaculado durante o ato sexual masculino, é constituído pelos líquidos oriundos do canal deferente, das vesículas seminais, da próstata e das glândulas mucosas, especialmente as glândulas bulbouretrais. Ao ser expelido do folículo ovariano para a cavidade abdominal e para as tubas uterinas, o óvulo apresenta múltiplas camadas de células.
Antes de poder fertilizar o óvulo, o espermatozóide deve, primeiro, atravessar a camada de células da granulosa e, depois, penetrar no espesso revestimento do óvulo propriamente dito, a zona pelúcida. O acrossomo do espermatozóide libera, então, a enzima hialuronidase que abre espaço entre as células da granulosa de modo que o espermatozóide possa chegar até o óvulo.

A ação massageadora do ato sexual sobre a glande estimula os órgãos terminais sensitivos, enquanto os sinais sexuais genitais, por sua vez, transitam pelo nervo pudendo, e daí para a porção sacra da medula espinhal, por meio do plexo sacro, subindo, por fim, pela medula, até o cérebro. Os impulsos também podem chegar à medula espinhal a partir de áreas adjacentes ao pênis para auxiliar na estimulação do ato sexual.
 Estímulos psíquicos desencadeiam os processos que permitem a  realização do ato sexual.  Mesmo sem intervenção cerebral, a medula, através de mecanismos reflexos próprios, é suficiente para a realização das etapas do ato sexual. A ereção é a primeira consequência da estimulação sexual masculina. Ela é comandada por sinais  dos nervos parassimpáticos.
Os sinais parassimpáticos dilatam as artérias do pênis, assim permitindo que o sangue arterial flua com alta pressão para o tecido erétil do pênis. A ejaculação é uma função nervosa simpática. Quando o estímulo sexual se torna extremamente intenso, os centros reflexos da medula espinhal começam a emitir impulsos simpáticos, que deixam a medula através de L1 e L2 e chegam aos órgãos genitais. 
Os testículos secretam vários hormônios sexuais masculinos, que são coletivamente denominados androgênios.
O mais significativo é a testosterona, responsável pelos efeitos hormonais e pelas características corporais tipicamente masculinos. A testosterona é formada pelas células intersticiais de Leydig, situada nos interstícios entre os túbulos seminíferos.        Os testículos geralmente descem para o escroto durante os últimos dois ou três meses de gravidez, quando estão secretando quantidade adequada de testosterona.
Quando uma criança do sexo masculino nasce com testículos que não desceram, a administração de testosterona frequentemente faz que isso ocorra da maneira habitual, desde que os canais inguinais sejam suficientemente largos para permitir a passagem dos testículos. A testosterona possui efeitos sobre a distribuição dos pelos corporais, sobre a calvície, sobre a voz, sobre a pele, sobre a formação de proteínas e o desenvolvimento muscular, sobre o crescimento ósseo e sobre as hemácias.
A glândula hipófise anterior secreta dois hormônios gonadotrópicos principais: o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH). Ambos desempenham papéis importantes no controle da função sexual masculina. O LH estimula as células intersticiais de Leydig a produzirem testosterona. A conversão das espermatogônias em espermatócitos nos túbulos seminíferos é estimulada pelo FSH. A regulação da secreção hipofisária de LH e FSH é feita pelo hipotálamo através do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH).





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