8 – Gravidez e Parto
Quando ocorre a ovulação, o óvulo é expelido diretamente para a cavidade peritoneal, onde é capturado pelas franjas das tubas uterinas, sendo levado para seu interior. A fertilização do óvulo ocorre, normalmente, quando ele se acha no início de seu trajeto pela tuba uterina. Em três a quatro dias, o óvulo, já fecundado, é transportado ao longo da tuba até a cavidade do útero. Durante esse transporte, ele passa por várias etapas de divisão, e, após chegar ao útero, transforma-se em mórula e blastocisto.
Após chegar ao útero, a mórula e, depois, o blastocisto em desenvolvimento permanecem na cavidade uterina por mais dois a cinco dias antes de ocorrer a implantação no endométrio, o que significa que a implantação se dá geralmente no sétimo ou oitavo dia após a ovulação. A implantação decorre da ação das células trofoblásticas que se desenvolvem na superfície do blastocisto.
Após ocorrer a implantação, as células trofoblásticas e as células blastocísticas subjacentes proliferam rapidamente; e, juntamente com células do endométrio materno, elas formam a placenta e as diversas membranas próprias da gravidez. A principal função da placenta é a de possibilitar a difusão de substâncias alimentares do sangue da mãe para o do feto e a difusão dos produtos de excreção do feto para a mãe.
A placenta também realiza o transporte de oxigênio da mãe para o feto e de dióxido de carbono do feto para a mãe. Na gravidez, a placenta forma gonadotrofina coriônica humana, estrogênios, progesterona e somatomamotropina coriônica humana. A gonadotrofina coriônica humana provoca a persistência do corpo lúteo e impede a ocorrência da menstruação.
A presença no útero de um feto em crescimento significa para a mãe uma carga fisiológica extra, e grande parte da resposta do corpo materno à gravidez, como o aumento do peso corporal, decorre desse aumento de carga. Entre os efeitos especiais incluem-se o aumento do débito cardíaco, devido ao aumento do fluxo sanguíneo através da placenta; o aumento do fluxo sanguíneo da mãe e a presença do líquido amniótico.
Pré-eclâmpsia e Eclâmpsia: A pré-eclâmpsia ocorre nos últimos quatro meses da gravidez e está associada à hipertensão, proteinúria e edema. A eclâmpsia é bem mais grave que a pré-eclâmpsia, caracterizando-se por extrema espasticidade vascular em todo o corpo, convulsões clônicas seguidas de coma, grande diminuição do débito renal, mau funcionamento do fígado, frequentemente hipertensão extrema e um estado tóxico generalizado do corpo.
Ocorre em geral pouco antes do parto. Sem tratamento, uma porcentagem muito alta das pacientes eclâmpticas vem a falecer. Entretanto, com o uso adequado e imediato de substâncias vasodilatadoras de ação rápida, para normalizar a pressão arterial, e a interrupção imediata da gravidez – por operação cesariana, reduziu a mortalidade foi reduzida para 1% ou menos.
Parto: O aumento da contratilidade uterina próximo ao termo pode ser explicado por alterações hormonais progressivas que causam maior excitabilidade da musculatura uterina. O principal hormônio responsável pelo aumento das contrações uterinas é a ocitocina, liberada pela hipófise posterior. Durante a maior parte da gravidez, o útero apresenta episódios periódicos de contrações rítmicas fracas e lentas, denominadas contrações de Braxton Hicks. Essas contrações tornam-se cada vez mais fortes no período que antecede o parto e durante o parto.
O trabalho de parto é dividido em três períodos: período de dilatação, período expulsivo e período de dequitação ou secundamento. Durante as primeiras quatro a cinco semanas que se seguem ao parto, o útero involui. Nesse período de involução ocorrem os lóquios(corrimento vaginal inicialmente sanguinolento e depois seroso) que persistem por cerca de uma semana e meia.
O hormônio prolactina estimula o início da lactação.
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